Febre de macros: como ganhar músculos ou emagrecer com saúde?

Cientistas dizem que exercícios são mais importantes que dietas

Redação FamiliarIdades
O rastreamento de macros pode ajudar no controle dos níveis de açúcar no sangue. Foto: Getty Images.
O rastreamento de macros pode ajudar no controle dos níveis de açúcar no sangue. Foto: Getty Images.

Já deu de cara com aquelas ferramentas na internet que calculam quanto você deve comer de proteína, carboidrato e gorduras para ganhar massa muscular ou emagrecer? É o resultado da febre pelos chamados macronutrientes, ou macros. 

Esses grupos de alimentos são essenciais para as funções básicas do corpo, como produção de energia, crescimento, reparo de tecidos e digestão. Mas o termo em si está sendo usado atualmente em associação à busca por dietas com finalidades específicas. Por exemplo: perder peso ou potencializar os efeitos da academia. 

“É apenas uma palavra da moda para descrever energia”, disse Stuart Phillips, professor de cinesiologia na Universidade McMaster em Ontário, no Canadá, em artigo publicado pelo Estadão.

Obsessão por macros

Muitas pessoas passaram a fazer esse rastreio dos macros inserindo dados pessoais e obtendo uma suposta quantidade de ingestão necessária de acordo com o objetivo. Embora a fórmula ajude na conscientização alimentar, especialistas alertam que isso pode se tornar prejudicial se virar uma obsessão. 

Phillips afirma que a quantidade de proteína recomendada por essas fórmulas geralmente é superestimada. Além disso, segundo ele, o exercício é mais importante do que a alimentação para o ganho muscular. “O condicionamento físico, a força e os músculos são feitos na academia; é lá que o bolo é assado. A proteína fornece uma camada muito fina de glacê por cima”, afirma o professor.

Então, se você quer ganhar mais músculos, a dica é investir mesmo nos exercícios. 

Quando o rastreio é bem-vindo

O rastreamento de macros pode ajudar no controle dos níveis de açúcar no sangue, principalmente em dietas que precisam de baixa ingestão de carboidratos, segundo Kevin Hall, pesquisador em Nutrição e Metabolismo nos Institutos Nacionais de Saúde.

No entanto, não há uma distribuição exata de macronutrientes para todas as pessoas. A qualidade da alimentação, como a escolha de opções ricas em fibras e pobres em sódio, gorduras saturadas e açúcares, é o mais importante.

O rastreamento pode ampliar a conscientização alimentar. Mas impor o cálculo em todas as refeições pode gerar risco de transtornos alimentares. Phillips recomenda seguir os princípios básicos da alimentação saudável, como porções adequadas e variedade de alimentos, em vez de buscar uma proporção exata de macros.

Atenção: antes de começar uma nova dieta, procure sempre a avaliação de um profissional da saúde. Somente um médico poderá indicar o melhor tratamento para o seu organismo.

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