
É comum as pessoas adotarem uma dieta com baixo consumo de carboidrato para perder peso. Assim, o pão, bem como massas e até frutas, acaba virando um grande vilão para quem busca emagrecer. Mas grandes restrições também podem ser prejudiciais para a saúde.
Um estudo publicado no periódico The Journal of Nutrition avaliou o consumo de carboidratos em 80 mil voluntários durante nove anos. O risco de morte por doenças cardiovasculares foi maior entre os que consumiam quantidade moderadamente baixa de carboidratos.
Os pesquisadores observaram que homens com ingestão inferior a 40% e mulheres que consumiam acima dos 65% do total energético apresentaram uma taxa de mortalidade mais elevada. Da mesma maneira, apresentaram predisposição maior a doenças cardiovasculares e câncer.
Dieta rica em carboidratos x restrição excessiva
“Dietas ricas em carboidratos muitas vezes incluem carboidratos refinados, como arroz branco e pão branco. Esses alimentos costumam refletir hábitos alimentares de baixa qualidade. Isso pode levar a uma carga glicêmica cronicamente alta, resultando em consequências metabólicas negativas associadas ao risco de mortalidade”, disse a nutricionista Serena del Favero, do Hospital Israelita Albert Einstein, em reportagem publicada no Estadão.
Já quem opta por restringir o consumo de carboidrato também pode ter impactos negativos na saúde. Afinal, a restrição excessiva pode levar ao baixo consumo de alimentos de origem vegetal, como frutas, e a um aumento de ingestão de proteínas e gorduras de origem animal. Isso também estimula as vias inflamatórias e acelera o processo de envelhecimento biológico.
Os autores alertam que dietas altamente restritivas com objetivo de perder peso podem ser uma estratégia perigosa. Assim, o ideal é adotar uma alimentação que garanta o consumo de vitaminas e nutrientes diariamente com equilíbrio.
Para pessoas com mais de 2 anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que entre 45% e 75% das calorias diárias venham dos carboidratos, nossa principal fonte de energia. Mas a quantidade pode variar considerando o consumo de proteínas e gorduras.
Em caso de dúvida, consulte um médico.